sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
A vida é como um rio, com um ponto de inicio que é a nascente, um percurso que abre caminho por montes e vales até atingir o objetivo, o mar, com a força das correntes que alterna por influencia das marés e obstáculos encontrados desde a nascente até ao mar.
O ser humano tem que trilhar o rio da vida, todos têm á partida as mesmas capacidades, força e conhecimento do objectivo.
Então, tendo todos a mesma força e capacidade para trilhar o rio da vida, porque razões não estão todos no mesmo ponto do rio da vida?
Porque uns mais próximos da nascente e outros mais afastados, se têm as mesmas armas e condições para o fazer?
DEIXAR FLUIR!
Deixar fluir não é inércia, não é inatividade, muito pelo contrário, é aceitação, é compreensão, algumas vezes vencemos, outras aceitamos a força e natureza do rio da vida.
Porquê?
Porque quando a corrente é forte é impossível vencê-la, sabemos também que o rio da vida tem períodos de muita força, outros mais fracos e outros de serenidade.
Mas então como podemos deixar fluir?
E o que é deixar fluir?
Bem até certo ponto todos deixamos fluir, mas existe uma grande diferença entre deixar fluir conscientemente e deixar fluir inconscientemente.
Vejamos: quando deixamos fluir inconscientemente, entramos no rio da vida preparados para iniciar a caminhada, se a corrente está serena não encontramos grande dificuldade e avançamos sem termos grande resistência, ritmados e sem muitas perdas de energia.
Se a corrente do rio da vida fica mais forte, ainda assim vamos avançando, a um ritmo mais lento é certo, como certo é o aumento de energia que vamos dispensar, mas ainda assim mais lentos e percorrendo menos distancia vamos avançar.
Porém se corrente do rio da vida se torna muito forte, aí dificilmente vamos avançar, perderemos toda a energia na luta contra a corrente e quando esta perder a força, teremos esgotado a energia necessária para avançar e vamos ficar a recuperar quando deveríamos estar a avançar, perdendo tempo e caminho resultante dessa luta inglória com vitória certa e anunciada do rio da vida.
Ainda assim, lutamos ingloriamente mas lutamos, mas mais inconsciente ainda é, aquele que não luta, deixa-se arrastar pelo rio da vida sem qualquer acção e vontade, ficando ao sabor e vontade deste, sem iniciativa ou força para decidir e tomar para si a responsabilidade de trilhar o caminho e fica aprisionado e inconsciente do seu objectivo.
Como deixamos fluir conscientemente?
Quando deparamos com a corrente do rio da vida serena, avançamos decididos com energia e força para alcançar o objectivo.
Se a corrente fica mais forte, temos consciência da dificuldade acrescida, vamos despender de mais energia, mas não nos desviamos do objetivo e avançamos sempre, ainda que a um ritmo mais lento.
Quando esta se torna muito forte, temos consciência da sua força, sabemos que de nada adianta lutar contra ela e não a podemos vencer, logo íamos desperdiçar energia preciosa, mas não lutar não significa que deixemos que ela nos arraste e nos atrase ou desvie do nosso objectivo.
Então o que fazemos?
Vamos simplesmente a favor da corrente alcançar a margem do rio da vida, alcançar um porto de abrigo seguro, para não desperdiçar energia, conscientes que logo a corrente vai abrandar e serenar para então retomarmos o objetivo em segurança, com energia e a vontade de sempre, sem nunca perder o objectivo de vista.
Neste porto seguro mais que não perder, recarregamos energias e vamos ser uma referência e uma ajuda.
Ajudar? Como e quem?
Ajudar todos os que estão inconscientes no rio da vida e peçam ajuda, mas só os que pedirem e tenhamos a possibilidade de os poder ajudar, mas só os que pedirem, se ajudarmos quem não nos pedir estamos sujeitos de ser arrastados, perder o nosso porto de seguro e nem podemos culpá-los por nos arrastar, já que não foram eles que interferiram na nossa vontade, mas fomos nós que interferimos na vontade deles, já que cada um é dono, responsável e senhor do seu caminho, podendo em qualquer momento fluir conscientemente ou continuar inconsciente, cabe a cada um a escolha, de estar onde e como quer.
O porto seguro em que o consciente se encontra é ainda uma fonte de inspiração e exemplo para todos os aprisionados no rio da vida, que independentemente de se tornar conscientes ou continuar inconscientes, têm uma referência.
Todos temos que nadar no rio da vida, isso, não tenho dúvidas.
Flúi consciente?
Flui inconsciente?
A resposta só pode ser dada por cada um de nós, a escolha é de cada um e só de cada um de nós.
DEIXE FLUIR...