DEIXE FLUIR O RIO DA VIDA

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010








A vida é como um rio, com um ponto de inicio que é a nascente, um percurso que abre caminho por montes e vales até atingir o objetivo, o mar, com a força das correntes que alterna por influencia das marés e obstáculos encontrados desde a nascente até ao mar.
O ser humano tem que trilhar o rio da vida, todos têm á partida as mesmas capacidades, força e conhecimento do objectivo.
Então, tendo todos a mesma força e capacidade para trilhar o rio da vida, porque razões não estão todos no mesmo ponto do rio da vida?
Porque uns mais próximos da nascente e outros mais afastados, se têm as mesmas armas e condições para o fazer?

DEIXAR FLUIR!

Deixar fluir não é inércia, não é inatividade, muito pelo contrário, é aceitação, é compreensão, algumas vezes vencemos, outras aceitamos a força e natureza do rio da vida.

Porquê?

Porque quando a corrente é forte é impossível vencê-la, sabemos também que o rio da vida tem períodos de muita força, outros mais fracos e outros de serenidade.

Mas então como podemos deixar fluir?

E o que é deixar fluir?

Bem até certo ponto todos deixamos fluir, mas existe uma grande diferença entre deixar fluir conscientemente e deixar fluir inconscientemente.

Vejamos: quando deixamos fluir inconscientemente, entramos no rio da vida preparados para iniciar a caminhada, se a corrente está serena não encontramos grande dificuldade e avançamos sem termos grande resistência, ritmados e sem muitas perdas de energia.

Se a corrente do rio da vida fica mais forte, ainda assim vamos avançando, a um ritmo mais lento é certo, como certo é o aumento de energia que vamos dispensar, mas ainda assim mais lentos e percorrendo menos distancia vamos avançar.

Porém se corrente do rio da vida se torna muito forte, aí dificilmente vamos avançar, perderemos toda a energia na luta contra a corrente e quando esta perder a força, teremos esgotado a energia necessária para avançar e vamos ficar a recuperar quando deveríamos estar a avançar, perdendo tempo e caminho resultante dessa luta inglória com vitória certa e anunciada do rio da vida.

Ainda assim, lutamos ingloriamente mas lutamos, mas mais inconsciente ainda é, aquele que não luta, deixa-se arrastar pelo rio da vida sem qualquer acção e vontade, ficando ao sabor e vontade deste, sem iniciativa ou força para decidir e tomar para si a responsabilidade de trilhar o caminho e fica aprisionado e inconsciente do seu objectivo.

Como deixamos fluir conscientemente?

Quando deparamos com a corrente do rio da vida serena, avançamos decididos com energia e força para alcançar o objectivo.

Se a corrente fica mais forte, temos consciência da dificuldade acrescida, vamos despender de mais energia, mas não nos desviamos do objetivo e avançamos sempre, ainda que a um ritmo mais lento.

Quando esta se torna muito forte, temos consciência da sua força, sabemos que de nada adianta lutar contra ela e não a podemos vencer, logo íamos desperdiçar energia preciosa, mas não lutar não significa que deixemos que ela nos arraste e nos atrase ou desvie do nosso objectivo.

Então o que fazemos?

Vamos simplesmente a favor da corrente alcançar a margem do rio da vida, alcançar um porto de abrigo seguro, para não desperdiçar energia, conscientes que logo a corrente vai abrandar e serenar para então retomarmos o objetivo em segurança, com energia e a vontade de sempre, sem nunca perder o objectivo de vista.

Neste porto seguro mais que não perder, recarregamos energias e vamos ser uma referência e uma ajuda.

Ajudar? Como e quem?

Ajudar todos os que estão inconscientes no rio da vida e peçam ajuda, mas só os que pedirem e tenhamos a possibilidade de os poder ajudar, mas só os que pedirem, se ajudarmos quem não nos pedir estamos sujeitos de ser arrastados, perder o nosso porto de seguro e nem podemos culpá-los por nos arrastar, já que não foram eles que interferiram na nossa vontade, mas fomos nós que interferimos na vontade deles, já que cada um é dono, responsável e senhor do seu caminho, podendo em qualquer momento fluir conscientemente ou continuar inconsciente, cabe a cada um a escolha, de estar onde e como quer.

O porto seguro em que o consciente se encontra é ainda uma fonte de inspiração e exemplo para todos os aprisionados no rio da vida, que independentemente de se tornar conscientes ou continuar inconscientes, têm uma referência.

Todos temos que nadar no rio da vida, isso, não tenho dúvidas.

Flúi consciente?
Flui inconsciente?

A resposta só pode ser dada por cada um de nós, a escolha é de cada um e só de cada um de nós.

DEIXE FLUIR...

AS ESTÂNCIAS DE DZYAN (Estancia III )

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009





O DESPERTAR DO COSMOS


1 – A ULTIMA VIBRAÇAO DA SETIMA ETERNIDADE PALPITA ATRAVÉS DA INFINITUDE. A MÃE INTUMESCE ( INCHA ), EXPANDINDO-SE DE DENTRO PARA FORA, COMO O BOTAO DO LOTUS.
Mãe: águas do espaço.

2 – A VIBRAÇÃO ALASTRA-SE POR TODA A PARTE, TOCANDO COM SUA ASA VELOZ TODO O UNIVERSO E O GERME ( EMBRIÃO )QUE VIVIA NAS TREVAS , AS TREVAS QUE RESPIRAM SOBRE AS ADORMECIDAS ÁGUAS DA VIDA.
Asa veloz: simultaneamente por toda a parte.
Que respiram: que se movem
Águas da vida: caos; simbolicamente o principio feminino.

3 – AS TREVAS IRRADIAM LUZ, E A LUZ LANÇA UM RAIO SOLITARIO NO MEIO DAS ÁGUAS, NO ABISMO-MÃE. O RAIO PROJECTA-SE ATRAVÉS DO OVO VIRGEM, O RAIO FAZ VIBRAR O OVO ETERNO, E DEIXA CAIR O GERME NÃO-ETERNO, QUE SE CONDENSA NO INTERIOR DO
OVO-MUNDO.
Raio solitário: pensamento divino.
Ovo-virgem: ovário abstracto, existência potencial.
Não eterno: periódico.
Ovo-mundo: existência real, concreta.

4 – OS TRÊS CAEM NOS QUATRO. A ESSÊNCIA RADIANTE TRANSFORMA-SE EM SETE INTERNAS E SETE EXTERNAS. O OVO LUMINOSO, QUE É TRIPLICE EM SI MESMO, COALHA-SE E ESPALHA-SE EM COÁGULOS DA BRANCURA DO LEITE ATRAVÉS DAS PROFUNDEZAS DA MÃE, A RAIZ QUE CRESCE NAS PROFUNDEZAS DO OCEANO DA VIDA. Coágulos da brancura do leite: a Via Láctea.

5 – A RAIZ PERMANECE, A LUZ PERMANECE, OS COÁGULOS PERMANECEM, E O PAÍ-MÃE DOS DEUSES AINDA É UM SÓ.
Pai-mãe dos deuse: os seis em um, a raiz septenária que dá origem a todos.

6 – A RAIZ DA VIDA ESTAVA EM TODAS AS GOTAS DO OCEANO DA IMORTALIDADE, E O OCEANO ERA A LUZ RADIANTE, QUE ERA FOGO, CALOR E MOVIMENTO. AS TREVAS DESAPARECERAM E JÁ NÃO EXISTIAM; DESAPARECERAM NA SUA PROPRIA ESSÊNCIA, O CORPO DO FOGO E DA ÁGUA, DO PAI E DA MÃE.
Fogo, calor, movimento: a alma ou essência do fogo físico, calor, movimento.

7 – CONTEMPLA, Ó DISCÍPULO, O FILHO RADIOSO DOS DOIS, A GLÓRIA RESPLANDECENTE SEM IGUAL, O ESPAÇO RESPLANDECENTE, FILHO DO ESPAÇO NEGRO, QUE EMERGE DAS PROFUNDEZAS DAS GRANDES ÁGUAS NEGRAS. É O PAI-MÃE DOS DEUSES, O MAIS JOVEM, O ( LOGOS ). BRILHA COMO O SOL, É O FLAMEJANTE DRAGÃO DIVINODA SABEDORIA; O UM É QUATRO, E OS QUATRO TOMAM MAIS TRÊS, E A UNIÃO PRODUZ OS SETE, NA QUAL ESTÃO OS SETE, QUE SE TRANSFORMAM EM TRINTA, AS HOSTES E MULTIDÕES. CONTEMPLA-O LEVAN-TANDO O VÉU, E DESFRALDA-O DO ORIENTE PARA O OCIDENTE. ELE CERRA O QUE ESTA EM CIMA, E DEIXA QUE O QUE ESTÁ EM BAIXO POSSA SER VISTO COMO A GRANDE ILUSÃO. MARCA OS LUGARES PARA AS QUE RESPLANDECEM, E TRANSFORMA O DE CIMA NUM MAR DE FOGO SEM PRAIA, E O UM MANIFESTADO NAS GRANDES ÁGUAS.
O mais jovem: a nova vida.
O Um: o dragão da sabedoria.
As que resplandecem: estrelas.
O de cima: espaço.
Manifestado: elemento.

8 – ONDE ESTAVA O GERME, E ONDE ESTAVAM AS TREVAS?
ONDE ESTA O ESPIRITO DA CHAMA QUE ARDE NA LÂMPADA, Ó DISCIPULO? O GERME É AQUILO, E AQUILO É LUZ, O FILHO BRANCO E LUMINOSO DO PAI NEGRO OCULTO.
Aquilo: o principio irrevelado, a divindade abstracta.

9 – A LUZ É A CHAMA FRIA, E A CHAMA É O FOGO, E O FOGO GERA O CALOR, QUE PRODUZ ÁGUA ---- A ÁGUA DA VIDA NA GRANDE MÃE.
Luz: essência dos nossos ancestrais divinos.
Chama fria: alma das coisas, nem quente nem fria.
Fogo: criador, preservador, destruidor.
Grande mãe: caos.

10 – O PAI-MÃE TECE UMA TEIA, CUJA PONTA SUPERIOR ESTÁ ATADA AO ESPÍRITO, A LUZ DA TREVA UNA, E A PONTA INFERIOR AO SEU FIM SOMBRIO, A MATÉRIA; E ESSA TEIA É O UNIVERSO, TECIDO DAS DUAS SUBSTÂNCIAS REUNIDAS EM UMA, QUE É A SUBSTANCIA-RAIZ.

11 – EXPANDE-SE QUANDO RECEBE O HÁLITO DO FOGO; CONTRAI-SE AO RECEBER O HÁLITO DA MÃE. ENTÃO, OS FILHOS SEPARAM-SE E DISPERSAM-SE PARA VOLTAR AO SEIO DA MÃE, AO FIM DO “ DIA GRANDE ”, E VOLTAM NOVAMENTE A SER UNO COM ELA. AO ESFRIAR-SE, TORNA-SE RADIANTE. SEUS FILHOS SE EXPANDEM E SE CONTRAEM ATRAVÉS DOS PRÓPRIOS EGOS E CORAÇÕES; ABARCAM O INFINITO.
Ela: a teia.
Hálito do fogo: o pai
Mãe: matéria-raiz.
Filhos: elementos com os respectivos poderes ou inteligências.

12 – A SUBSTANCIA-RAIZ ENVIA O TURBILHÃO ÍGNIO ( NATUREZA DO FOGO ) PARA SOLIDIFICAR O ÁTOMO. CADA UM É PARTE DA TEIA. REFLECTINDO O “ SENHOR AUTO--EXISTENTE ” COMO UM ESPELHO, CADA QUAL TRANSFORMA-SE POR SUA VEZ NUM MUNDO.
Turbilhão ígnio: electricidade cósmica.
Solidificar: transmitir energia.
Cada um: átomo.
Teia: Universo.
Senhor auto-existente: a luz original.

Sabedoria eterna: Helena Petrovna Blavatsky ( HPV )

AS ESTÂNCIAS DE DZYAN (Estancia II )

terça-feira, 22 de dezembro de 2009



A IDÉIA DA DIFERENCIAÇÃO


1 – ONDE ESTAVAM OS CONTRUTORES, OS FILHOS RESPLANDECENTES DA AURORA DA EVOLUÇÃO ? NAS SOMBRAS DESCONHECIDAS DA SUA SUPREMA BEM-AVENTURANÇA CELESTIAL. OS CRIADORES QUE TIRARAM A FORMA DA NÃO-FORMA – A RAIZ DO MUNDO – A MÃE DOS DEUSES E A SUBSTANCIA-RAIZ, REPOUSAVAM NA BEM-AVENTURANÇA DO NÃO-SER

Construtores
: arquitetos do sistema planetário.
Mãe dos deuses: espaço cósmico.

2 – ONDE ESTAVA O SILÊNCIO ? ONDE O OUVIDO PARA OUVI-LO ? NÃO, NÃO HAVIA NEM SILÊNCIO NEM SOM; NÃO HAVIA NADA A NÃO SER O ALENTO INCESSANTE E ETERNO, QUE NÃO SE CONHECE A SI MESMO.

Alento eterno
: movimento eterno.

3 – AINDA NÃO TINHA SOADO A HORA; O RAIO AINDA NÃO TINHA FAISCADO DENTRO DO GERME; O LÓTUS-MÃE AINDA NÃO TINHA DESABROCHADO.

Germe
: o ponto no ovo humano que representa a raiz da matéria.
Lótus: símbolo do cosmos.

4 – SEU CORAÇÃO AINDA NÃO SE ABRIRA PARA QUE NELE PENETRASSE O RAIO ÚNICO PARA DEPOIS CAIR, COMO OS TRÊS NOS QUATRO, NO SEIO DA ILUSÃO.

Três
: pai, mãe, filho.

5 – OS SETE AINDA NÃO TINHAM NASCIDO DA TRAMA DA LUZ. SOMENTE AS TREVAS ERAM O PAI-MÃE, A SUBSTÂNCIA-RAIZ; E A SUBSTÂNCIA RAIZ EXISTIA NAS TREVAS.

Os sete
: os sete filhos, os criadores da cadeia planetária.
Substancia-raiz: a que enche o Universo, a raiz de todas as coisas.

6 – ESSES DOIS SÃO O GERME, E O GERME É UM. O UNIVERSO AINDA ESTAVA OCULTO
NO PENSAMENTO DIVINO E NO REGAÇO DIVINO.

Sabedoria eterna: Helena Petrovna Blavatsky ( HPV )

AS ESTÂNCIAS DE DZYAN (Estancia I )

sábado, 5 de dezembro de 2009




A NOITE DO UNIVERSO

1 – O PAI ETERNO, ENVOLTO NAS SUAS ROUPAGENS SEMPRE INVISÍVEIS,REPOUSA MAIS UMA VEZ DORAVANTE SETE ETERNIDADES.
Pai eterno: o espaço mãe.
Roupagens sempre invisíveis: a matéria-raiz.
Sete eternidades: 311.040.000.000.000 anos.

2 – NÃO EXISTIA O TEMPO, QUE DORMIA NO SEIO INFINITO DE DURAÇÃO.
Seio infinito da duração: onde as duas eternidades do passado e do futuro fundem-se numa só, o eterno presente.

3 – NÃO EXISTIA A MENTE UNIVERSAL,PORQUE NÃO EXISTIAM SERES CELESTIAS PARA CONTÊ-LA.
Para conter: e, portanto para manifestar-se.

4 – NÃO EXISTIAM OS SETE CAMINHOS PARA AS BEM-AVENTURANÇAS. NÃO EXISTIAM AS GRANDES CAUSAS DA MISERIA,PORQUE NÃO EXISTIA NINGUEM PARA PRODUZI-lAS E SER POR ELAS ILUDIDO.
Sete caminhos: entrar na corrente, voltar uma única vez, não voltar, Arhat,seguidos pelos três estágios superiores do Arhatado, dos quais o ultimo é chamado “o Arhat da névoa de fogo”.
As grandes causas da miséria: que são doze: ignorância, actividades formadoras, consciência, nome e forma, as seis regiões dos sentidos, contacto, sensação, sede, apego, existência, nascimento, velhice e morte.

5 – SOMENTE AS TREVAS ENCHIAM TODO O ESPAÇO ILIMITADO, PORQUE PAI, MÃE E FILHO ERAM NOVAMENTE UM SÓ, E O FILHO AINDA NÃO DESPERTARA PARA A NOVA RODA E SUA PEREGRINAÇÃO SOBRE ELA.
Pai, mãe e filho: espírito, substancia, cosmo; tempo, espaço, movimento; mônada,ego, pessoa.
Roda: globo, cadeia planetária, sistema solar, cosmo.

6 – OS SETE SENHORES SUBLIMES E AS SETE VERDADES TINHAM DEIXADO DE SER,E O UNIVERSO, O FILHO DA NECESSIDADE, ESTAVA IMERSO NA BEM-AVENTURANÇA SUPREMA,PARA SER DESPERTADO POR AQUILO QUE É, NO ENTANTO, NÃO É. NADA EXISTIA.
Sete verdades: somente quatro foram reveladas até agora, umas por cada ronda.
Necessidade: lei da causalidade.
Bem-aventuranças suprema: perfeição absoluta.

7 – AS CAUSAS DA EXISTÊNCIA TINHAM SIDO EXTINTAS; O VISIVEL QUE EXISTIA, E O UNIVERSO QUE EXISTE, DESCANSAVAM NO ETERNO NÃO-SER O UNO QUE É.
Causas da existência: idênticas ás causas da miséria do verso 4.

8 – SÓ, A ÚNICA FORMA DE EXISTÊNCIA ESTENDIA-SE ILIMITADA, INFINITA IMOTIVADA, NUM SONO SEM SONHOS; E A VIDA PULSAVA INCONSCIENTE NO ESPAÇO UNIVERSAL,ATRAVÉS DAQUELA ONIPRESENÇA SENTIDA PELO OLHO ABERTO DA ALMA PURIFICADA.
Uma forma de existência: base e fonte de todas as coisas.
Sono sem sonhos: existência sem forma, sem imagens.
Olho aberto: a visão espiritual do vidente.
Alma purificada: Adepto de nível superior.

9 – MAS ONDE ESTAVA A ALMA PURIFICADA QUANDO A ALMA-RESERVA DO UNIVERSO VIVIA A REALIDADE ABSOLUTA, E A GRANDE RODA ERA ÓRFÃ.
Alma-reserva: super-alma universal, alma-grupo cósmica.

Sabedoria eterna: Helena Petrovna Blavatsky ( HPV )


JUÍZES EM CAUSA PRÓPRIA

domingo, 22 de novembro de 2009




Discretamente, o instrutor elucidou-nos.
- Estamos a presenciar uma cerimónia semanal dos juízes implacáveis que aqui têm a sua sede. A operação de selecção dos vários tipos de sofredores criminosos que aqui vemos às centenas realiza-se com base nas irradiações da aura de cada um. Os guardas que estamos a ver actuar são técnicos especializados na identificação dos males de cada um, através das cores que caracterizam as auras dessas almas ignorantes, perversas ou desequilibradas. A decisão tem de fazer-se previamente, para facilitar o posterior trabalho dos juízes.
( … )
- Mas, por que motivo – perguntei num sussurro – confere o senhor atribuições de julgamento de espíritos despóticos? Porque estará a justiça, nesta cidade estranha em mãos de príncipes diabólicos?
O instrutor respondeu:
- Vê as coisa de outra maneira: Quem se atreveria a nomear um anjo de amor para exercer o papel de carrasco? – E acrescentou: - Além disso, aqui, como na Crosta, cada posição é ocupada por aquele que a deseja e procura.
Vagueei o olhar em redor e confrangeu-se-me a alma. Na comunidade das vítimas, arrebanhadas aos magotes, como se fossem animais raros para uma festa, predominavam a humildade e a aflição. Mas, entre as sentinelas, a peçonha da ironia transbordava. Ouviam-se palavrões. À frente a vasta tribuna, ainda vazia, e sob as galerias laterais apinhadas de povo, amontoava-se uma multidão compacta, irreverente.
Decorreram alguns minutos, quando uma vozearia se fez ouvir:
- Os magistrados! Os magistrados! Lugar, lugar para os sacerdotes da justiça!
Funcionários rigorosamente trajados à moda dos lictores da Roma antiga, carregando aos ombros a simbólica machadinha ( fasces ), avançam, ladeados por servidores que sobraçavam grandes tochas, a clarear-lhes o caminho. Penetraram no átrio em passos ritmados e, depois deles, sete andores, sustentados por dignitários diversos daquela corte brutalizada, traziam os juízes pomposamente ataviados.
Que solenidade religiosa era aquela? As poltronas suspensas eram em tudo idênticas á sédia gestatória das cerimónias papais.
(…) Tambores variados rufaram, como se estivéssemos numa parada militar em grande estilo, e uma composição semi-selvagem acompanhou-lhes o ritmo. Terminado aquele ruído, um dos julgadores levantou-se e dirigiu-se ás massas, aproximadamente nestes termos:
- Nem lágrimas nem lamentos. Nem sentença condenatória, nem absolvição gratuita. Esta casa não pune nem recompensa. Entre criminosos, é escusado qualquer recurso à compaixão. Aqui, não somos distribuidores de sofrimento, mas sim agentes do Governo do Mundo. A nossa função é seleccionar delinquentes, a fim de que as penas lavradas, não por nós, mas pela própria vontade de cada um, sejam devidamente aplicadas em lugar e tempo justos. (…) Seguidores do vício e do crime, temei! Condenados por vós mesmos, conservai a mente prisioneiras das mais baixas forma de vida, à maneira de batráquios encarcerados no visco de um pântano durante séculos.
(…) A multidão seguia aquelas palavras, de olhos esgazeados pelo pavor.
O juiz, por sua vez, não aparentava o menor resquício de misericórdia e mostrava-se apenas interessado em criar um ambiente negativo, criando nos ouvintes um temor angustioso.
- Amaldiçoados sejam pelo Governo do Mundo os que nos desrespeitarem as deliberações, baseadas, aliás, nos arquivos mentais de cada um.
E incidindo toda a força magnética que lhe era peculiar, através das mãos, sobre uma pobre mulher que o fixava, estarrecida, ordenou-lhe, com voz soturna:
- Vem!, vem!
Como uma sonâmbula, a infeliz obedeceu à ordem e foi colocar-se em baixo da tribuna, sob a influência directa da radiação dele.
- Confessa!, confessa! – Determinou o desapiedado julgador, conhecendo a fragilidade da mulher.
A desventurada bateu no peito, como se rezasse uma (mea culpa), e gritou, em lágrimas:
- Perdoai-me, perdoai-me!, ó Deus meu!
E, como se estivesse sob a acção de uma droga misteriosa que a obrigasse a desvendar o seu íntimo, falou, com voz alta e pousada:
- Matei quatro filhinhos inocentes e combinei o assassínio do meu intolerável marido… Mas o crime é um monstro vivo. Perseguiu-me enquanto estive viva. Quis fugir-lhe através de todos os recursos, mas foi em vão. Por mais que tentasse afogar o meu infortúnio em bebidas e prazer, mais me atolei no charco de mim mesma…
De repente, assediada por lembranças antigas, gritou:
- Quero vinho, vinho! Prazer!...
Em vigorosa demonstração de poder, o magistrado afirmou, triunfante:
- Como libertar semelhante fera humana, só porque pede perdão e solta lágrimas?
E, fixando sobre ela o seu temível olhar, asseverou, peremptório:
- A sentença foi lavrada por ti mesma! Não passa de uma loba, de uma loba, de uma loba…
E, à medida que repetia a afirmação, como se procurasse persuadi-la a sentir-se na condição desse animal, notei que a mulher, profundamente sugestionada, modificava a sua expressão fisionómica: entortou-se-lhe a boca, a testa abaulou-se para a frente, os olhos alteraram-se-lhes nas orbitas e uma expressão simiesca revestiu-lhe o rosto.
Via-se patente, naquela exibição de poder hipnótico, o efeito da ideoplastia sobre o corpo astral daquela criatura.
Pergunte:
- Esta irmã infortunada permanecerá doravante em tal aviltamento de forma?
Depois de uma pausa, o nosso instrutor disse, com tristeza:
- Ela não passaria por uma humilhação destas se não o merecesse…Mas, vejamos as coisas de modo positivo: se ela se afeiçoou docilmente às energias negativas do juiz cruel em cujas mãos caiu, poderá também vir a esforçar-se intimamente por se afeiçoar à influenciaçao positiva dos benfeitores que nunca faltam por aí, em busca dos arrependidos de coração sincero. Tudo se resume á sintonia. Onde colocamos o nosso pensamento, colocamos a nossa vida.

Extraído do livro do escritor EMANUEL SÁSKYA


Este texto é uma ficção, deve ser lido como tal.
Não reporta factos e ou situações vividas ou reais, não é um relato verdadeiro, nem falso, mas que me leva a muitas reflexões, para de certa forma olhar a vida de uma forma mais consciente e da responsabilidade e o papel que cada um de nós está a executar e ou executou.
A crueldade do texto é por demais evidente, mas se nos consciencializarmos daquilo que dizemos e até queremos no dia a dai, e aquilo que realmente fazemos, podemos encontrar a sintonia de quem realmente somos, derrubando as barreiras de tudo que não queremos ( ou queremos ), ninguém esta certo, ninguém esta errado… Estamos como queremos e como fizemos por merecer.


O RIO E O MAR

domingo, 15 de novembro de 2009





Todo o rio anseia por chegar ao mar para se fundir com ele, para ser também o mar, igualmente, toda a alma anseia por chega á luz para se fundir com ela e ser também a luz.
Deveis ser um rio de águas limpas e transparentes que, na sua caminhada para o grande mar de luz, vai alimentando os peixes e estes as aves marinhas e outros peixes maiores; que vai banhando as margens, fazendo com que as flores cresçam, para que as abelhas retirem o seu pólen e façam o mel; que vai fazendo com que as arvores se elevem e dêem frutos saborosos que alimentam os pássaros e os homens.
Sede realmente um verdadeiro rio de luz que, na sua caminhada, alimenta as almas famintas da humanidade. Assim, só assim – podereis crescer até que, um dia, sejais também um grande mar luminoso. Hoje o vosso rio é sujo e lamacento, pois vós o sujais com entulho de vossos desejos, rancores, ódios, invejas, ganâncias e maledicências acerca dos outros; por isso, os vossos rios estão moribundos, sem vida real. No entanto, todo o verdadeiro discípulo se esforça por ser um mestre – que é um grande rio de luz.
O mar é constituído de muitos rios, como os rios são constituídos de muitas gotas de agua; assim, na gota encontra-se a essência do mar, como no mar se encontra a própria gota, visto que ela sai do mar e, fatalmente, terá um dia de voltar às suas verdadeiras origens. Em vós esta a essência de luz, que vem do Grande Uno e a ele terá de regressar. Para isso tendes, porem, que limpar o vosso rio e não atirar mais pedras e lixo para dentro dele.
Quando lançais pedras para o rio dos outros, elas infalivelmente cairão no vosso próprio rio. Quando julgais ver o lixo dos outros, na realidade o que estais a ver é o vosso próprio lixo. Geralmente a orgulhosa personalidade humana não consegue ter a grandeza e a humildade interior de reconhecer o próprio lixo. Contudo o verdadeiro discípulo trabalha constantemente para purificar o seu « rio interior », pois sabe que só chegará ao Grande Mar e só conseguirá fundir-se com Ele se for completamente puro e humilde.
Deveis deixar correr, do chacra cardíaco, o vosso rio de amor puro, sincero e que nada espera em troca, tal como o rio e o mar se entregam, se doam, sem nada esperarem de retorno. Quem já se encontra na senda da luz tem que ser transparente como o rio de aguas puras – humilde como ele, mas forte como o mar.
Que o vosso « mar interior » seja puro, limpo, transparente e sereno, para que no seu horizonte possa nascer o novo sol espiritual; assim de vós sairá o « alimento místico » que saciará outras vidas e a vossa alma será como um sol que iluminará as trevas e as diluirá, guiando os caminhos escuros dos vossos irmãos.
Esperemos igualmente que hoje sejais uma « gota de luz » no rio do vosso mestre, para que amanhã vós sejais o rio do vosso mestre o mar e, mais tarde, vós sejais o mar e o mestre o sol, para, deste modo, todos chegarem á grande unidade na essência divina.
O discípulo e o mestre não são mais que do que uma gota no grande rio cósmico; este, por sua vez, também anseia por se fundir com o grande mar cósmico e ainda este nada mais é do que uma pequena gota de outro mar ainda maior. A verdadeira vida não tem fim e nunca teve principio.
Vós sois o rio e o mar na pequenez e na grandeza do vosso universo interno.

CONFUCIO


PINTURA

domingo, 8 de novembro de 2009





Não sou pintor, não sou filosofo nem tão pouco poeta, sou apreciador das artes e gosto de espalhar tintas nas telas, o resultado pouco me importa, o que me importa é o prazer que as coisa me dão, sem arrogância mas também sem complexos vou postar um dos resultados desses momentos de prazer


 
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